Maximize o Potencial do Open Finance com Estratégias de Inteligência Artificial

Imagine um mundo financeiro onde cada transação é otimizada para atender às demandas específicas de cada cliente.

O Open Finance, agora com dois anos de presença marcante no Brasil, promete isso e está promovendo uma verdadeira transformação com a hiperpersonalização no mundo financeiro. 

Coordenado pelo Banco Central, foi criado com o intuito de ampliar o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e aumentar o acesso das pessoas ao mercado financeiro.

Tudo isso tendo a tecnologia como base, destacando-se especialmente a incorporação da Inteligência Artificial como motor impulsionador dessas transformações.

Por meio de APIs, que passaram a fazer parte do Open Finance, os bancos compartilham informações sobre a vida financeira de seus clientes entre si – com o consentimento deles, é claro – e, a partir daí, é possível aumentar a eficiência dos serviços bancários.

Isso também estimula o desenvolvimento de produtos e serviços ainda mais alinhados às necessidades imediatas dos consumidores.

Esse enfoque não só impulsiona a personalização a níveis mais elevados diariamente, mas também atinge patamares inéditos, impulsionado pela Inteligência Artificial.

Isso resulta em uma experiência financeira mais ágil e perfeitamente adaptada às demandas específicas de cada cliente, elevando continuamente o padrão da inovação. 

Desde março de 2022, quando o BC deu o sinal verde para colocar de fato o Open Finance em prática, as mudanças foram significativas.

O que antes era um sistema predominantemente 'fechado', monopolizado por instituições financeiras tradicionais, agora se abre para uma participação ampliada, incorporando a agilidade das Fintechs em toda a cadeia.

Para se ter ideia, o Open Finance já acumula números robustos, conforme o Banco Central. São mais de 22 milhões de consentimentos, 15 milhões de clientes que já fazem parte do sistema e 800 instituições financeiras envolvidas.

Para a consultoria Oliver Wyman, o Open Finance deve alcançar mais de 60 milhões de pessoas até 2025.

Open Finance ainda enfrenta desafios

Embora o Open Finance tenha alcançado marcos significativos, não podemos ignorar os desafios que persistem em sua trajetória.

Entre eles está a falta de clareza, por parte dos consumidores, sobre os benefícios obtidos com o compartilhamento de dados – de acordo com uma pesquisa feita pela Provu, quase 60% das pessoas não sabem o que é esse novo ecossistema financeiro.

Outro entrave diz respeito à busca da monetização por parte das instituições financeiras, que ainda não encontraram um equilíbrio entre os investimentos feitos em infraestrutura – já que o Open Finance é um projeto estratégico – e a oferta de novos produtos lançados adequados a essa realidade, que ainda é incipiente.

Além disso, há a necessidade de promover a integração entre os canais digitais, onde as operações acontecem, além de um maior índice de governança das APIs e a adequação total à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Em meio a esses desafios, surge a pergunta crucial: como podemos superar essas barreiras e potencializar o Open Finance?

A resposta está em combinar o uso do OpenFinance com Inteligência Artificial para ofertar serviços financeiros ainda mais hiperpersonalizados.

Como a Inteligência Artificial pode ajudar a alavancar o Open Finance?

Nesse sentido, o papel da Inteligência Artificial como acelerador da evolução do Open Finance no Brasil é fundamental.

E as empresas financeiras estão de olho nisso, tanto que, conforme pesquisa sobre tecnologia bancária feita pela Febraban, a IA é uma das áreas prioritárias para investimentos dos bancos em tecnologia.

Além disso, as próprias fintechs estão desenvolvendo modelos para trabalhar lado a lado com as instituições financeiras.

Os benefícios proporcionados pela IA ao Open Finance são vastos, a começar pela rapidez e precisão no acesso às informações financeiras dos clientes.

Além de ganhar mais agilidade, a análise dos dados ganha novos contornos, ao combinar informações tradicionais com dados alternativos – redes sociais, de telecomunicações, entre outros - possibilitando a geração de modelos de crédito específicos para a necessidade de cada cliente, com juros atrativos e menor risco para quem empresta.

A gestão de risco e crédito orientada por IA desempenha um papel fundamental na promoção da bancarização, especialmente num cenário em que a adesão aos serviços bancários ainda é baixa no Brasil.

A IA também se torna uma aliada na ampliação do acesso ao crédito para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), que muitas vezes são consideradas de alto risco para as instituições financeiras tradicionais, mas que são importantes geradoras de receita e ainda atuam na informalidade, conforme um estudo feito pelo Instituto Locomotiva, o país possui 4,6 milhões de brasileiros que não utilizam serviços bancários, o que representa 3% da população economicamente ativa.